Capítulo 65
“Já era sete e meia, hora de levantar e tomar café.”
Leticia Silveira acordou lentamente, afastando–se das pernas de Sérgio Pereira e ajoelhando–se na cama. Sérgio estendeu a mão para alisar seus cabelos emaranhados, depois se levantou e pegou um par de chinelos cor–de–rosa no armário, colocando–os ao lado da cama para ela. Esse tipo de tratamento não era para qualquer um nem mesmo Helena Rocha tinha esse privilégio, e Letícia não fazia ideia do quanto era especial.
”
Depois de lavar o rosto com água fresca no banheiro, Letícia ainda sentia sono e bocejou.
Ao sair do banheiro, viu Sérgio segurando seu celular, tentando ligá–lo. Imediatamente, ela avançou e arrancou o aparelho de suas mãos: “Irmão, você precisa respeitar minha privacidade. Não mexa no meu celular sem permissão.”
Sérgio respondeu: “Já tem seus pequenos segredos?”
Leticia guardou o celular no bolso, sem responder: “Não importa se tenho ou não, você não deveria olhar.”
Quando Helena Rocha subiu as escadas e entrou no quarto, sorriu e disse: “Vocês dois! Já ouvi vocês discutindo no corredor. Sérgio, por que você insiste em provocar Leticia?”
“Vamos descer para tomar café. Se demorarmos, a comida vai esfriar.”
Leticia prendeu o cabelo descuidadamente com um elástico, aliviada por Sérgio não ter descoberto nada. Se tivesse descoberto, seu olhar gelado seria suficiente para congelar qualquer um.
Na mesa de jantar, um banquete foi preparado com três conjuntos de talheres. Sérgio sentou–se à cabeceira da mesa, com Helena à sua esquerda, conforme a etiqueta. O lugar deixado para Letícia era ao lado de Helena, não ao lado de Sérgio, mas isso não incomodava.
Ela se sentou e começou a experimentar os camarões com o garfo e a faca. A empregada, notando séu comportamento, olhou desaprovadoramente para ela, mas lembrou–se de que Letícia era uma convidada trazida pelo senhor da casa e nada disse, apenas lembrou–a suavemente: “Srta. Silveira, de acordo com as regras da mansão, só podemos começar a comer depois do senhor.”
Ah! Ela havia esquecido que era sua primeira vez na Mansão DurMinante.
Em sua vida passada, ela não tinha restrições na mansão e se comportava como queria.
Essas famílias tradicionais realmente têm muitas regras.
Agora que havia sido repreendida, Letícia largou os talheres envergonhada: “Desculpe–me! É minha primeira vez aqui; eu não conhecia as regras.” – Sua voz se curvou em desculpas.
“Desde quando é a sua vez de falar sobre regras na minha frente?” – Sérgio desceu as escadas, já vestido com um pijama casual, emanando uma aura fria. Ao ver onde a garota estava sentada, seu semblante ficou ainda mais carregado: “Quem organizou os lugares?”
Com essas poucas palavras, a atmosfera ao redor dela congelou.
A governanta que havia falado antes ficou completamente sem palavras.
Até mesmo Helena Rocha, a vizinha do lado, ficou em silêncio quando ouviu a severidade na voz de Sérgio.
Sérgio era realmente tão assustador?
Quando ele ficava sério, podia ser um pouco intimidador, mas no geral era fácil conversar com ele.
Talvez fosse apenas uma questão de dizer as palavras certas em seu ouvido?
Desde que não tocasse nos pontos sensíveis de Sérgio Pereira, Letícia Silveira achava que não havia pessoa mais fácil de acalmar do que ele.
Um dos empregados se adiantou, tremendo de nervosismo: “Fui eu quem não organizou corretamente, peço desculpas, senhor. Vou arrumar outro lugar para a Srta. Silveira imediatamente.”
“Não… não é necessário, eu fico aqui mesmo, está ótimo assim.” – Ela rapidamente tentou suavizar a situação, acenando com a mão e dizendo: “Sentada aqui, posso facilmente alcançar os pratos dos dois lados, é bem cômodo.”