Capítulo 64
Helena Rocha era considerada a patroa de todos os funcionários da Mansão DurMinante. Ela sempre cumprimentava os visitantes como Sra. Pereira e, com exceção do escritório de Sérgio Pereira, podia ir a qualquer lugar.
Descendo as escadas, Helena disse: “Não quero mais ouvir fofocas sobre ela. Ela é irmã do Sérgio Pereira e, portanto, será minha irmã também. Isso vale para mim e para todos vocês. Ninguém deve tratá–la ma!.”
Um dos funcionários, movido pela curiosidade, perguntou: “Senhorita Helena, quem é essa moça afinal? Nós nunca a vimos antes. Como você pode ter uma irmã de repente?”
Com um olhar gélido, Helena respondeu: “Não devem se meter em assuntos que não lhes dizem respeito.”
“Entendi, senhorita Helena” – o empregado disse, cabisbaixo.
Leticia Silveira estava deitada em sua cama macia, abraçada a um travesseiro em forma de bicho de pelúcia, e adormeceu rapidamente. Ao anoitecer, com o calor no quarto, ela se virou e ajeitou as cobertas. O brinquedo caiu no chão e ela se deitou de brucos na cama, com o rosto escondido pelos cabelos, respirando suavemente. O som dos criados ocupados no corredor não a incomodava devido ao excelente isolamento acústico de seu quarto.
Por volta das sete e meia da noite, os faróis de um Maybach de luxo atravessaram a escuridão do lado de fora da janela e o carro parou com precisão. Helena se posicionou como uma esposa esperando o marido chegar do trabalho.
Sérgio Pereira chegou em casa depois da reunião de negócios mais cedo do que o normal. Ele geralmente voltava para casa entre nove e dez e meia da noite, e não era incomum que trabalhasse até tarde da noite.
Helena foi ao seu encontro, pegando o paletó que Sérgio carregava no braço: “Você deve estar exausto. Achei que voltaria bem mais tarde.”
Para os que observavam, parecia claro que apenas a herdeira do grupo joalheiro família Rocha, Helena, poderia ser digna de estar ao lado do herdeiro do Grupo Abundância Verde–Amarela, uma união perfeita na visão de todos no Distrito Federal.
Ao entrar no corredor, Sergio olhou ao redor da espaçosa sala de estar, como se estivesse procurando algo: “Onde está Letícia?”
“A Leticia parece não ter dormido bem ontem à noite; ela está dormindo no quarto do segundo andar. Vou ligar para ela” – disse Helena.
“O jantar está pronto. Estávamos apenas esperando você voltar“.
Sérgio, com as mãos nos bolsos, subiu as escadas: “Não precisa, eu à chamo.”
No quarto, Sérgio abriu a porta e entrou no escuro, encontrando o interruptor na parede. Não acendeu todas as luzes, apenas a do abajur ao lado da cama. Ao ver o brinquedo no chão, ele se abaixou para pegá–lo e então notou Letícia debruçada na cama, um canto da blusa subira, revelando um pedaço de pele na região da cintura.
Depois de alguns instantes, Letícia, ainda sonolenta, levantou a cabeça e abriu os olhos, sem reconhecer imediatamente a silhueta sentada na beirada da cama.
Sérgio afastou os cabelos negros cacheados de Letícia, que ainda parecia sonolenta, com os olhos embaçados e sonolentos: “Hora de levantar e jantar. Entendeu?”
Ao ouvir a voz baixa e magnética, Letícia mudou de posição, apoiando–se nas pernas de Sérgio: “Deixe–me sonhar mais um pouco” Sua mão encontrou o centro da palma de Sérgio, relaxando pouco a pouco, e ela voltou a dormir rapidamente.
“Esta noite temos sua carne de porco ao molho de caramelo preferida, e também camarões refogados no óleo. Não foi na última vez que você disse ao seu irmão que queria comer lagosta no seu aniversário?” – O homem falava em tom baixo e sedutor, o olhar abaixado, enquanto a palma de sua mão áspera acariciava suavemente os cabelos longos da garota.
‘Grrruuuum‘ foi o som claro que ecoou pelo quarto, vindo do estômago de Letícia Silveira.
“Irmão, que horas são agora?”