Capítulo 61
Letícia Silveira seguiu Sérgio Pereira até o escritório, um espaço dominado por tons escuros e retro. Quando ela pisou no assoalho de madeira, o som foi silenciado.
“Irmão, você queria falar comigo?” – Letícia perguntou, um pouco insegura. Ela já havia estado naquele escritório inúmeras vezes em sua vida anterior, conhecia cada canto do lugar, bem como a posição exata dos livros nas prateleiras.
O escritório era um lugar sagrado, onde nem mesmo Helena Rocha poderia entrar sem permissão, mas ela o fazia com facilidade.
Sérgio Pereirs sentou–se à sua mesa e, tirando uma chave da gaveta, colocou–a sobre a mesa: “Escolha um dia para se mudar, esta é a chave do portão principal da mansão*.
Leticia Silveira ficou surpresa e olhou para ele chocada, sem conseguir falar.
Sérgio Pereira estava oferecendo para que ela morasse na Mansão DurMinante?
Mas na sua vida anterior, foi ela quem, insistente, seguiu Sérgio para a família Pereira, e ele nunca havia oferecido tal coisa.
Ela não entendia. Desta vez, ela não tinha feito nada.
Ela conhecia as intrigas e armadilhas da família Pereira. Sem a proteção de Sérgio, ela teria sofrido muito naquela família, que era como um covil de lobos, um lugar perigoso.
Leticia Silveira só queria ficar longe de problemas; dessa vez… queria recusar e tentar viver uma vida sem Sérgio Pereira.
Letícia baixou a cabeça: “Me desculpe, irmão, eu… Eu não quero ir“.
Sérgio se levantou e aproximou–se dela, olhando–a de cima com um olhar descontente: “Qual é o seu motivo?”
Leticia disse com a voz baixa: “Eu já me acostumei com a vida que tenho agora.”
ༀཇ ༤ ༀ ཇ ü ཝཿ ༈ ༈ ༀ ྋ ༀ བ ཝཿ ཅཆ བ ཧཟ ཕ ཡོན
Sérgio estreitou os olhos, um vislumbre de tristeza em seu olhar: “Eu quero ouvir a verdade de você.”
“Letícia, não minta para mim, o irmão não gosta disso“.
Ela sabia que se dissesse coisas ruins, Sérgio ficaria ainda mais irritado e a situação se tornaria mais embaraçosa.
Com uma voz fraca, Letícia disse: “… Eu não me encaixo em seu círculo social, irmão. As pessoas ao seu redor são todas muito importantes, e eu só quero uma vida comum e simples. Também não quero que as pessoas digam que estou me aproveitando de
você.”
“O dinheiro que você me deu é suficiente para mim, estou realmente vivendo bem. Irmão… tudo bem se eu não me mudar para lá?”
Sérgio colocou a palma da mão em sua cabeça: “Se você não morar aqui, o irmão não vai poder cuidar de você. Aqui, você pode ter uma vida melhor e terá um motorista para levá–la à escola.”
Letícia ficou em silêncio.
Ela podia sentir que Sérgio estava determinado a fazer com que ela morasse ali. Mas se ela se mudasse, certamente enfrentaria mais oposição.
Em três anos, Sérgio não temia mais a família Pereira ou qualquer pessoa de fora. Ele estava agora no controle do Distrito Federal, não apenas por causa da forte influência da família Pereira, mas porque ninguém era mais adequado para o trabalho do que ele. Caso contrário… ele não teria assumido o controle em um espaço de tempo tão curto.
“Irmão não te trouxe para cá antes porque tinha suas preocupações, mas agora… o irmão pode proteger você de tudo. Quanto às coisas que você não quer se envolver, o irmão não vai te forçar.”
“Mesmo que seja a Helena Rocha!”
Essa frase fez Letícia Silveira levantar a cabeça em um instante, com os olhos arregalados: “Por quê? Meu irmão não quer que eu tenha um bom relacionamento com minha cunhada?”
Será que Sérgio Pereira estava sendo condescendente com ela?
Ela não precisava interagir com a família Pereira, portanto, não havia motivo para Helena Rocha interagir!
Sérgio Pereira e Helena Rocha cresceram juntos, inseparáveis desde a infância e, em sua vida passada, ele a amava tanto que, para
evitar qualquer dano a Helena Rocha, Sérgio sempre teve pessoas acompanhando e protegendo–a, desfrutando de um tratamento que
ela nunca teve.
Agora, suas palavras sobre Helena Rocha eram claramente distantes.
Nesse momento, Letícia Silveira realmente não conseguia entender, o que estava