Capítulo 80
Letícia Silveira pegou na sopa que ele a ofereceu e Marcos Rodrigues levantou–se imediatamente, “Coma primeiro.”
Márcia estava ao lado como se fosse uma pessoa invisível, se sentindo completamente ignorada por ele.
Leticia observou–o pegar numa tigela de canja e de seguida entrar num pequeno quarto escuro, fechando a porta atrás de si.
“Coma logo, antes que a comida esfrie e perca o sabor,” disse Márcia, hesitante, enquanto servia o prato, e arriscou perguntar, “Você e… Marcos Rodrigues estão namorados agora?”
Letícia propositalmente respondeu, “Estou tentando conquistar ele.”
Cs talheres de Márcia caíram de sua mão. Ela os pegou rapidamente e os limpou com um guardanapo, “Ele sempre foi tão insistente com você, é impossível que ele não aceite namorar com você. Mas… Eu acho que namorar pode atrasar os estudos e isso não será bom para o seu futuro.”
Letícia: “Isso não é da sua conta. Melhor comer.”
Márcia mordeu os lábios de frustração. Ela não era tão bonita quanto Letícia, sua pele não era tão macia nem seu corpo tão magro. A saia branca que ela vestia, tinha comprado no mercado depois de ver Letícia com uma parecida, mas nela parecia muito volumosa.
Seja em notas ou aparência, ela não podia se comparar com Letícia…
Ela era apenas uma órfã, por que… ainda havia pessoas tão boas com ela!
“Então coma mais um pouco! Não deve ser fácil para você sozinha, se não se importar, pode vir comer todos os dias aqui.”
Leticia comia calmamente e falou com indiferença, “Isso aqui é a sua casa?”
Márcia ficou atordoada por um momento, “Ah?”
Letícia: “Marcos Rodrigues disse que eu posso vir quando quiser, e até tenho uma cópia das chaves de casa. Então… não precisa me falar essas coisas.”
“Márcia, você não estava falando sério naquela brincadeira que fez comigo, estava?”
Márcia ainda estava confusa, “Que… brincadeira?”
Letícia colocou sua tigela de lado e olhou para ela, “Você disse que se eu não ficasse com Marcos Rodrigues, você iria atrás dele. Você também gosta dele?”
O rosto de Márcia desabou instantaneamente, ela respondeu rapidamente, “Como… eu poderia? Eu sou diferente de você, meus pais não permitem que eu namore cedo, se eles descobrissem, eu estaria morta!”
“É, eu sou órfã, ninguém se importa com o que eu faço.”
Ficar com ela realmente não tinha graça nenhuma.
Na outra vida, Letícia aínda considerava Márcia a única boa amiga dela, triste por não terem sido aceitas na mesma universidade por um tempo.
Mas pensando bem, parecia que as intenções de Márcia não eram tão simples.
Sra. Rodrigues, comendo a canja que Marcos a servia, também ouviu a conversa de fora e falou com fraqueza, “Temos visitas?”
Marcos assentiu, “Sim.”
Sra. Rodrigues: “É aquela menina de quem você gosta?”
Marcos assentiu novamente, sem negar, apenas disse, “É que eu não sou digno dela, o irmão dela é muito talentoso.”
Sra. Rodrigues: “O irmão dela pode ser talentoso, mas você também não fica para trás. Você ainda é jovem, tem um longo caminho pela frente. Quem sabe você possa se tornar ainda mais talentoso que o irmão dela. Contanto que você se esforce para se tornar uma pessoa melhor, você terá a confiança para gostar de uma menina como ela.”
Sra. Rodrigues conhecia bem o temperamento do filho, sempre obstinado e persistente…
Se ele gostasse de algo, independentemente do que fosse ele continuaria a gostar…
Marcos Rodrigues pousou a colher, “Tudo bem.” Pegou sua tigela e se retirou, féchando a porta atrás de si.
No pátio, Márcia arrumava os talheres, enquanto Letícia Silveira parecía melancólica, atendendo a uma chamada ao lado.
Do outro lado da linha, uma voz masculina soava.
“… Onde você está?”