Capítulo 12
“Você não deve levar na brincadeira, agora as meninas são todas rainhas. Na nossa turma, a Lisa e o Lino estavam juntos, mas o Lino deu o único pedaço de chocolate que tinha para a Ella, e a Lisa terminou com ele depois da aula para ficar com o Jerry.
Ela ainda foi contar para o professor que o Lino tinha levado um telefone para a aula para jogar, e o Lino acabou por ter de chamar os pais! Terrível, não é?”
Samuel não queria ouvir sobre a tragédia iniciada por um pedaço de chocolate entre crianças do ensino fundamental, ele se levantou, com um olhar um pouco mais sombrio:
“Cala a boca!”
Renato ainda tinha medo dele, murmurou com os lábios apertados: “Você vai se arrepender…”
Lívia estava a descascar uma maçã quando uns braços se estenderam por trás dela, envolvendo a sua cintura firmemente.
De repente, ela se encontrou pressionada contra o peito largo e firme do homem, o seu
cheiro envolvendo–a.
Lívia congelou, enquanto Samuel apoiava sua cabeça no seu ombro delicado, murmurando com uma voz fria e profunda no seu ouvido.
“Vai me deixar por quem?”
Lívia pressionou os lábios: “Depois do divórcio, não é da sua conta com quem eu fico!”
“Não vamos nos divorciar!”
O tom dele era tão certo, como se naquele casamento, Livia não tivesse voz.
Lívia cravou a faca de frutas na maçã com força: “Não é você quem decide se vamos nos divorciar ou não.”
Ela se libertou de Samuel, pegou a bandeja de frutas e saiu, pegando na sua bolsa e acariciando a cabeça de Renato.
“Venho te visitar amanhã.”
Renato piscou: “Irmã Lívia, você não vai voltar para casa com o meu irmão?”
“Ele acabou de chegar, deixe que ele fique mais tempo com você.” Lívia não olhou para Samuel, que saía da cozinha, e saiu.
“Irmão, a Irmã Lívia realmente não quer mais você?” A porta se fechou, e Renato olhou para Samuel com os olhos arregalados.
“Estamos bem, ouça o que o médico diz.
Ele estava prestes a sair, Renato obviamente não iria pará–lo, mas ainda assim o lembrou preocupado.
“Irmão, tente agradar a Irma Lívia, ela é fácil de agradar!”
Quando Samuel saiu do quarto do hospital, coincidentemente encontrou uma enfermeira com um carrinho médico indo tirar sangue de Renato.
Vendo a enfermeira entrar, Samuel estreitou os olhos e ordenou a Gilberto.
“Verifique a condição do Renato.”
Como pode ser apenas uma gripe comum, mas ainda precisam de tirar sangue todos os dias?
Depois de um dia de aula, a lesão no pé de Livia piorou.
Saindo do hospital, ela pretendia ir apanhar o metro, mas devido à dor intensa, acabou por chamar um carro por um aplicativo.
Ela se apoiava numa árvore, esperando à beira da estrada.
Um Bentley preto diminuiu a velocidade e parou, a janela se abaixando pela metade.
As luzes da rua não estavam acesas, e na luz fraca, o perfil do homem no banco do motorista era distinto, os seus dedos sobre o volante pareciam jade fria.
Ele olhou de lado para ela: “Volte comigo.”
Lívia, através da janela do carro, encarou o homem, e não sabia se era porque ela já tinha decidido se divorciar, mas apesar da proximidade, ela sentia como se houvesse uma grande distância entre eles, como se já não pudesse mais tocar nele.
Ela balançou a cabeça para Samuel: “Eu já chamei um carro, e já me mudei, não vou
voltar.”
Os dedos do homem no volante bateram algumas vezes, um sinal de sua impaciência.
“Lívia, entre no carro, seja obediente!”
Seja obediente, Irmão está aqui…
Lívia amou Samuel durante catorze anos, mas ele nunca a amou.
Agora ela cresceu, e não queria mais obedecer,
Lívia suprimiu a tristeza que sentia, balançando firmemente a cabeça para Samuel: “Veja quando você estiver disponível, para podermos ir buscar a certidão de divórcio.”
Três frases sem se afastar do tema do divórcio, a expressão de Samuel ficou
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visivelmente mais escura.
Um carro passou por trás, soando a buzina.
Samuel provavelmente tinha essa quantidade de paciência com ela, retirou o olhar, fechou a janela do carro e partiu.
Livia lentamente soltou o punho que estava cerrado, baixou a cabeça, escondendo os olhos vermelhos.
Um BMW branco discreto parou em frente a ela, e o homem que saiu do carro tinha uma figura esguia e reta, com traços delicados e bonitos, e óculos com aro de prata que lhe davam um ar ainda mais gentil e refinado.
“Martim?”
Quando Lívia mostrou surpresa, Martim já tinha dado passageiro.
“Lívia, para onde você está indo? Entre, eu te levo.
“Não, não, eu já chamei um carro, já vai…
a volta no carro, abrindo a porta do
“Coincidentemente, tenho novas informações sobre o seu irmão para te contar.”
Martim foi colega de Livia no ensino médio, além de terem compartilhado aulas de dança sob a orientação da professora Amélia. Ele também assumiu a responsabilidade de ser o médico chefe de Lázaro, o irmão mais velho de Lívia.
Lázaro tinha se tornado um paciente em estado vegetativo após um acidente de carro ocorrido há um ano, e desde então, Martim dedicava–se ao seu tratamento.
Lívia cancelou o transporte por aplicativo que tinha solicitado e, assim que entrou no carro, perguntou ansiosamente:
“Martim, como está o meu irmão?”
Nos últimos dias, ela estava tão absorvida por suas obrigações que não encontrou tempo para visitar Lázaro.