Não sei se é só impressão minha, mas ultimamente sempre sinto como se houvesse olhos me vigiando pelas costas.
Porém, ao olhar para trás, não havia nada.
Quando eu estava entrando no carro, o assistente do Adonis cochichou algo em seu ouvido. “Todos os dados sobre a Lana.”
Eu sabia que Adonis estava me investigando.
Ele suspeitava que eu fosse a Luna, mas era apenas uma suspeita.
Esse homem é muito arrogante. Ele não admitiria que Luna foi morta por sua culpa, então está procurando alguém parecido com ela para manter a sua presença.
…
“O comportamento da Lana sempre foi muito submisso, mas de repente ela ficou mais assertiva. Será que é porque ela casou com a Família Macedo e agora tem um respaldo?”, disse o assistente em voz baixa.
Adonis não disse nada e manteve os olhos em mim enquanto eu saía.
“Motorista, vá para o Hospital Labirinto.”
Eu havia combinado de encontrar com Mafalda na entrada do hospital.
Quando cheguei, Mafalda já estava me esperando.
“Desculpe, me atrasei por causa de uns contratempos”, eu disse com um sorriso de desculpas.
“Você ainda não está conseguindo imitar muito bem, a Luna nunca seria tão formal comigo”, disse Mafalda com frieza, virando-se para me levar para o setor de internação. “Ela diria, ‘Estou atrasada, te devo uma feijoada’.”
“Estou atrasada, te devo uma feijoada”, dissemos eu e Mafalda ao mesmo tempo.
Mafalda ficou surpresa por um instante, olhando para mim, a visão complexa.
Eu sorri e não disse mais nada.
“Mesmo que você imite bem, só estará parecendo com isso,”, advertiu Mafalda, conduzindo-me adiante.
Eu não sabia qual era a intenção de Morgana ao me ver, mas essa mulher certamente não pretendia nada bom.
A última vez que a vi no hospital foi quando ela me acusou falsamente de empurrá-la escada abaixo.
“Você queria falar comigo?”, perguntei com voz firme.
Mafalda acenou com a cabeça. “Vou sair, vocês conversam.”
Ela estava tentando me incriminar?
O que Lana realmente queria fazer? Me imitar?
