“Vovô, eu sei como seguir em frente. Você não precisa se preocupar comigo. Agora, a coisa mais importante para você é cuidar da sua saúde e não se deixar aborrecer por essas pessoas.”
A voz de Flávio veio de repente da porta, interrompendo a conversa deles.
Kira se virou bruscamente, surpresa, pela presença de Flávio na entrada da sala, que já havia saído há muito tempo, dando–lhe um verdadeiro choque: “Você… Você não tinha ido?”
Flávio se aproximou com passos leves e elegantes, irradiando uma energia que não mostrava nenhum sinal da tristeza de antes. O velho franzia a testa com desdém: “O que você sabe? Se você realmente soubesse, não precisaria de mim, um velho que está prestes a morrer, para se preocupar com você.”
Flávio sentou–se ao lado do avô. “Vô, eu sei que tudo que o senhor faz é para me ajudar. Manter Kira ao meu lado é para mostrar a esses caras que eu não posso assumir o Grupo Empresarial Henrique, mas como seu neto, o senhor não vai me abandonar, certo? O senhor já pensou no que isso pode causar à essa coitada?”
O velho respondeu: “Comigo aqui para protegê–la, eles não ousariam fazer nada contra ela.”
Flávio: “O senhor sabe o que eles dizem sobre ela pelas costas, não sabe?”
O velho: “Kira é sua noiva, pare de chamá–la de coitada. Ela até te defendeu agora a pouco.”
Flávio olhou para Kira: “Você me defendeu?”
Kira: “Eu só disse a verdade.”
Quem diria que ela era a verdadeira tola, pensando que havia um conflito entre o avô e o neto quando, na verdade, eles estavam atuando para todos verem.
Ela nunca havia percebido isso antes.
Ela se perguntava se aqueles mais espertos do que ela tinham percebido alguma coisa.
Flávio deu um sorriso: “Quando todos acharam que eu estava acabado, você ainda se levantou para me defender. Não sei se devo chamá–la de ingênua ou o quê.”
Kira. “…”
Esse homem tinha mesmo uma língua afiada.
Se soubesse, não teria defendido ele.
O velho levantou a mão e bateu na cabeça de Flávio: “Garoto, você é bom, mas tem uma boca que irrita as pessoas. Mesmo que seja algo carinhoso, na sua boca parece insulto.”
Flávio: “Se eu não fosse afiado, como poderia lidar com aqueles caras?”
O velho não queria mais discutir e pegou a mão de Kira, e a entregou nas mãos de Flávio: “Ela é uma boa menina. No futuro, você tem que tratá–la bem. Não pode mais permitir que ela sofra.”
Flávio segurou a mão dela firmemente: “Já que ela me defendeu, então não deixarei mais ninguém a maltratar.”
A mão dela estava gelada, enquanto a grande palma dele estava quente.
Parecia que havia um calor contínuo fluindo de suas mãos entrelaçadas, aquecendo aos poucos o corpo e o coração dela.
Ela olhou timidamente para Flávio.
Flávio, no entanto, não retornou o olhar.
De repente, ele falou sério: “Vô, o senhor encontrou alguma pista?”
O velho: “Encontrei, mas só consegui eliminar alguns suspeitos, ainda não sei quem é o verdadeiro culpado.”
Flávio estava na mesma situação: “Eu eliminei a possibilidade do meu tio Eder e do Segundo Tio… Vô, agora tenho que suspeitar daquela pessoa que nunca havíamos duvidado antes.”
O velho sabia de quem Flávio estava falando, e os dois trocaram olhares cúmplices, enquanto Kira se sentia perdida..
O senhor disse: “Eu achava que ela era a menos provável. Mesmo que seu pai e seu irmão tivessem problemas, o controle do Grupo Empresarial Henrique não passaria para ela, mas agora parece que não é impossível.”
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