Capitu
Capítulo 39
Quando aqueles números apareceram novamente na tela de seu celular, seu coração começou a bater descontroladamente. Inês sentiu uma dor aguda e hesitou se deveria atender.
Finalmente, reprimindo o medo, ela pressionou o botão para atender. Naquele momento, a voz fria de Noe Serpa penetrou pelo telefone, como se a própria morte estivesse anunciando um fato cruel ao seu ouvido:
“Levei o Amado, a partir de hoje ele é o filho mais novo da nossa família Serpa.”
Ao ouvir isso, Inês rugiu com raiva, “Noe Serpa, quem te deu o direito de levá–lo?”
Noe Serpa segurava o telefone e riu friamente, “Por que não posso levar meu próprio filho?”
“Ele também é meu filho!” Os olhos de Inês estavam vermelhos de raiva. “Ele é minha… minha vida…”
“Deixe–me ouvir a voz do meu filho!” Inês quase gritava, exausta, “Deixe o Amado falar comigo!”
Noe Serpa não suportava mais o tom de voz dela. Parecia que cada palavra que ela dizia causava uma dor no seu peito. Ele então passou o telefone para Amado, que educadamente disse: “Mamãe.”
“Amado…” Inês estava um pouco em pânico, “Foi Noe Serpa que te levou, não é?”
Amado também estava triste, mas tentou confortá–la: “Mamãe, você pode vir me ver, e nós podemos ficar juntos como se nada tivesse mudado.”
“Você decidiu ir para a familia Serpa para desfrutar de uma vida de luxo, não foi?”
Os olhos de Amado também ficaram vermelhos, “Não, mamãe, eu só não quero ver você ser maltratada…”
A maneira como mãe e filho falavam fazia parecer que Noe Serpa era uma pessoa terrivelmente má, separando à força uma família tão unida.
Finalmente, Inês entendeu os sentimentos de Amado e chorou por sua escolha, “A mamãe que não fez direito, a mamãe que não foi capaz, é por isso que você está passando por isso…”
“Mamãe, não fique triste.” Amado do outro lado da linha também estava com a voz. embargada, “Você pode vir para a familia Serpa me ver, o Sr. Serpa não proibiu a sua
entrada…”
“Entendi, assim que você chegar na familia Serpa, a mamãe vai correndo te encontrar.” Ela não podia suportar a separação e aceitou a situação.
Inês rapidamente desligou o telefone e se levantou. Santiago, observando sua silhueta esguia, chamou, “Para onde você está indo?”
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Segurando as lágrimas, Inês respondeu, “Para a familia Serpa.”
Noe Serpa… o que você quer que eu faça para que você me deixe em paz, para que deixe meu filho em paz…
Eu não quero mais ser manipulada por você.
Amado chegou à casa da família Serpa vinte minutos depois, e ao vê–lo, Zora chamou com carinho, “Amado.”
Ele se aproximou obedientemente e disse a Zora, “Boa noite, senhora.”
Ele se manteve firme e telmoso, como se não quisesse que seu último resquício de resistência desaparecesse.
Noe Serpa preparou um quarto para ele e, ao levá–lo até a porta, disse. “A partir de hoje, você vai morar aqui.”
Amado apenas assentiu e ouviu a voz da governanta lá embaixo: “Jovem mestre, há uma mulher aqui procurando por vocês…“As empregadas ainda bloqueavam a entrada, impedindo Inês de entrar. Elas achavam que ela era bonita, mas alguém que chegava pedindo uma criança era pura loucura. Elas já tinham visto muitas mulheres assim!
Inês, na entrada, superou as empregadas que a bloqueavam e gritou para Noe Serpa dentro de casa, “Noe Serpa, se tem algum problema, venha até mim! Por que está usando o menino como chantagem?”
