Capítulo 220
Gabrielo, depois de escovar os dentes, sentou–se com Inês e Amado para comer o fondue. Ele não era exigente com comida, apenas pegava o que estava disponivel e comia lentamente, sem pressa. Inês sentia que Gabrielo vivia em um ritmo lento, frio e distante, imerso em seu próprio mundo. Ele dormia durante o dia e trabalhava à noite, transformando–se em uma máquina de eficiência apenas quando estava trabalhando. O restante do tempo parecia ser gasto em um ritmo lento e constante. Amado comeu muito, sujando os lábios de feijão. Ele estava animado e contou a Gabrielo sobre sua experiência nos exames, piscando os olhos esperando por elogios.
Gabriel suspirou, levantou a pálpebra e acariciou a cabeça dele. “Muito bem.”
“Sim!” Amado pegou um pedaço de carne e ofereceu a Gabrielo. “Obrigado pelo elogio, tiozinho!” Inës observava a interação entre os dois e de repente sentiu como se estivesse em uma reunião de familia.
O rosto de Gabrielo era tão semelhante ao de Santiago que ela frequentemente o confundia com a sombra. de seu irmão.
Com o pensamento em coisas tristes, os olhos de Inês se encheram de lágrimas, mas ela se conteve.
A vida continua e ela sabia que precisava viver bem para que seu irmão no céu pudesse descansar em
paz.
*****
Noe Serpa soube através de rumores que Amado iria estudar em um colégio de elite. Preocupado se Inês poderia pagar a mensalidade, ele lembrou que havia dado uma quantia de dinheiro a ela. Aquela quantia seria mais que suficiente para as despesas escolares de Amado, então ele ficou em silêncio por um momento antes de dizer a Dorival, “Envie alguém para observar a vida de Amado na escola e garantir que ele não seja intimidado.”
Dorival com a cabeça baixa respeitosamente, respondeu, “Sim, senhor.”
Depois que Dorival saiu, Noe Serpa ficou sozinho em sua mesa. Ele girou a cadeira, virando–se para a janela panorâmica atrás dele. Olhando para baixo do alto prédio, ele sentiu uma solidau….inita. Desde que Inês partiu, Noe Serpa se sentia vazio por dentro, como se seu coração tivesse sido arrancado, deixando apenas uma casca,
Ele não podia acreditar que estava doentio de saudades de sua ex–mulher, a ponto de adoecer.
“Sr. Serpa, Dionisio quer te chamar para beber esta noite.”
Dorival entrou novamente, seguido por Dionisio, que tinha as mãos nos bolsos: Havla muito tempo que não se viam propriamente, desde a última vez que as coisas ficaram claras entre eles, a relação entre Noe Serpa e Dionísio permanecia tensa.
Era surpreendente que ele tivesse vindo hoje.
Dionisio parecia ainda pior que Noe Serpa, claramente passando por maus bocados.
Ele
e se aproximou, apoiando as mãos na mesa de Noe Serpa, olhando–o fixamente, “Vamos beber hoje à noite?”
A voz de Dionisio estava rouca.
Noe Serpa o encarou por um momento, franzindo a testa: “O que houve contigo?”
“Não estou me sentindo bem.” Dionisio disse impaciente. “Quero encontrar alguém para beber e
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desabafar um pouco.” Apesar dos desentendimentos por causa de Inês, eles já haviam se distanciado, e vendo Dionisio daquele jeito, Noe Serpa sentiu algo se mover dentro de si, “Como quiser, quer que eu chame Silvano e os outros?”
“Não precisa“, Dionisio gesticulou, “Não vamos sair para beber, que tal vir à minha casa à noite?”
“Certo.”
Noe Serpa percebeu que Dionisio havia vindo especificamente para avisar e logo depois se virou e partiu, deixando Noe confuso sobre o que o havia mudado tanto, até em sua personalidade.
