Capítulo 78
Letícia Silveira realmente sofria com o enjoo da viagem e, como não havia comido nada naquela manhã, seu estômago estava ainda
mais desconfortável.
No caminho de volta, com o carro parando frequentemente, Marcos Rodrigues viu que ela tinha uma expressão de desconforto e, conhecendo um pouco de medicina da farmácia de sua família, decidiu ajudar. Ele pegou a mão de Letícia e pressionou alguns pontos de acupuntura, depois perguntou: “Está se sentindo melhor agora?”
O motorista a encorajou: “Aguente firme, senhorita, logo estaremos al“.
Letícia, segurando a dor das cólicas estomacais, apenas acenou com a cabeça.
Cinco minutos depois.
Marcos Rodrigues pagou a corrida e, segurando Letícia, que segurava o estômago, entraram no Jardim das Ervas, dizendo: “Aguenta só mais um pouquinho.”
Ao entrar no quintal, Márcia viu as pessoas chegando e começou a dizer algo, mas parou ao perceber quem Marcos estava carregando. Seus olhos se arregalaram com choque, sentindo uma pontada de ciúmes, e ficou frustrada ao vê–los entrando no quarto.
Leticia foi acomodada na cama e Marcos verificou seu pulso, notando que ela estava fraca e seu estômago estava fraco: “Você não comeu nada hoje de manhã?”
“Espere aqui” – disse Marcos antes de correr para a cozinha. Lá, ele pegou uma tigela limpa, lavou–a várias vezes com água fresca e preparou para Leticia uma mistura de água e mel.
Márcia perguntou: “Marcos, aquela era a Letícia? Ela está bem? Q almoço está pronto, posso levar um pouco para ela?”
Marcos nem sequer olhou para Márcia ao responder: “Coma você, não se preocupe conosco” – Sua frase deixou clara a distância entre eles, excluindo–a completamente.
Marcos voltou à sala com uma colher, dando a Letícia a água com mel: “Seu açúcar no sangue está baixo, beba isso para encher seu estômago. O que você quer comer depois? Eu vou fazer para você.”
Letícia, pálida e segurando o estômago, disse: “Marcos, meu estômago está doendo“.
“Eu sei, beba a água com mel primeiro.”
A saúde frágil de Letícia era um problema antigo, desde os dias em que vagava pelas ruas na infância, passando fome, o que uma vez quase a levou a morrer de uma hemorragia gástrica.
Depois de tomar a água com mel, ela já parecia úm pouco melhor, e a cor começou a voltar ao seu rosto.
Quando terminou a tigela, Marcos perguntou: “Está se sentindo melhor agora?”
Com lágrimas nos olhos, Letícia respondeu: “Ainda dói um pouco aqui, você pode massagear para mim?”
Marcos foi pego de surpresa ao ter sua mão colocada sobre o abdômen suave e plano da menina. Vendo a dor em seu rosto, ele hesitou, mas acabou fazendo o que ela pediu, embora nunca tivesse feito algo assim por outra pessoa. Seu olhar desviou para outro lugar enquanto massageava delicadamente.
Depois de um tempo, ele perguntou novamente: “E agora, está melhor?”
Letícia quase riu quando viu as orelhas vermelhas de Marcos: “Marcos, você se envergonha tão facilmente que suas orelhas ficaram vermelhas em um segundo.”
Aliviado por ouvi–la falar normalmente e percebendo que ela estava se sentindo melhor, Marcos retirou a mão, levantou–se bruscamente e foi até um armário no canto, de onde tirou alguns salgadinhos e os colocou na frente dela: “Coma um pouco, eu vou preparar o almoço. O que você gostaria?”
Mordiscando as fatias de batata–doce, Letícia concordou com a cabeça: “Eu gosto de tudo que você faz.”
Ao se preparar para partir, Letícia Silveira agarrou subitamente a ponta da camisa de Marcos Rodrigues: “Marcos Rodrigues, eu pensei… que até você tinha deixado de me dar atenção.”
“Lá, eles nem me deixaram tomar café da manhã, fiquei como uma coitadinha.”
“Marcos Rodrigues, se um dia, meu irmão não me quiser mais, você me acolheria?”