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Mais uma manhã de segunda-feira, já havia passeado com o Noah, queria ir até a capital comprar algumas coisinhas, lembrando que meu aniversário já estava chegando, seria alguns dias após o dia dos pais.
Falando em dia dos pais, me senti triste, será mais um ano que passaria sem o meu herói, isso me rasgava a alma, era uma dor inconsolável, mas tentei focar no hoje e esquecer o passado para parar de sofrer duas vezes.
Me lembrei de revelar as fotos do mêsversário de Noah, colocaria algumas, no porta-retrato do quarto, lembrei que Denise falou sobre Liana ter dito que fez um quarto para Noah, mas não havia nada dentro, minha curiosidade aumentou outra vez, em saber que cômodo era esse, talvez até pudesse decorá-lo futuramente, já que ele merecia ter um quarto com uma cara mais infantil, quando encontrasse Oliver de bom humor, o que seria muito dificil, tentaria tocar nesse assunto.
Dúvidas pairavam no meu pensamento, era tanta coisa que vinha na minha cabeça, mas não podia
-parar para pensar nisto agora. Estava com todas as roupinhas de Noah para lavar, então desci para a lavanderia, mas antes, passaria na cozinha para tomar café. Encontrei Denise, e na mesa do café
estavam Saulo e Oliver.
– Bom dia! Cumprimentei apenas por educação, já que minha real vontade era passar despercebida.
Só obtive respostas de Saulo e Denise, passei então para a lavanderia, não iria comer naquele
momento, apesar de que estava morrendo de fome, já que não havia jantado ontem. Comecei a colocar a roupa na máquina, enquanto olhava Noah pela babá eletrônica, após terminar, passei e
voltei para o quarto, os homens ainda estavam na mesa da cozinha.
Estava me sentindo fraca, e com uma tontura diferente, então, não pude suportar mais a fome e desci outra vez para a cozinha, os homens ainda estavam lá, mas Denise não, achei muito estranho.
aquilo, já que nesse horário eles já deviam estar bem longe trabalhando, abri a geladeira e comecei a fazer um lanche bem reforçado, aproveitei e fiz um para levar para o quarto também, após comer e lavar o que sujei, ia saindo da cozinha quando Saulo começou a falar comigo. 2)
-E af Aurora, como foram as vendas ontem? – Começou.
Ah, pronto!
–
– Foram ótimas senhor. Respondi direta.
–
– É você mesmo que faz aqueles laços? – Saulo perguntava, enquanto Oliver fazia cara de
desdenho.
– Sim senhor.
–
Quero encomendar trinta na sua mão, para o sabado se puder, todos rosa ok? Tenho que
presentear algumas crianças do balé na capital.
Oliver fez uma cara nada boa para o amigo, parecia querer dizer algo simplesmente com o olhar.
– Tudo bem, no sábado estarão prontos,
– Quanto fica mesmo?
Fiz um cálculo mental rapidamente.
–
– 270 reais.
– Pode arredondar para 300 então. Você entrega para a Denise, que deixarei o dinheiro com ela,
tudo bem?
– Tudo bem, muito obrigada!
– E você Oliver, não vai querer comprar alguns laços não? Afinal, você irá visitar o orfanato esta
semana.
The
Oliver já estava com uma cara vermelha de raiva, continuou fuzilando o amigo com o olhar.
– Levarei algo que preste para elas.s
Ao ouvir, me senti um pouco triste, e me veio um nó na garganta, tudo bem ele não querer comprar nada, mas rebaixar o meu trabalho já era demais, este sem noção vivia com a cara emburrada, com raiva do mundo e queria descontar suas frustrações em mim.
– Não seja rude Oliver, temos que dar valor ao trabalho manual da Aurora, afinal, estamos comprando algo artesanal.
– Sem problemas senhores. Resolvi não ficar por baixo – Também não poderia aceitar, estou muito cheia de encomendas, se ele quisesse comprar alguma coisa em minha mão, teria que enfrentar uma grande fila de espera, com licença!
E sai deixando Oliver com cara de rejeitado, Saulo parecia segurar o riso. Não sei qual era a intenção do Saulo, mas eu não ia cair no seu jogo para tentar irritar o amigo.
Entrei no quarto, arrumei as roupas de Noah no armário, o peguei e dei mamadeira outra vez, troquei sua fralda e deixei que ficasse na cama, enquanto ia fazendo meus lacinhos, já que teria que entregá-los até sábado, e domingo os da vila, fora os que tinha que fazer avulsos para estender
na banca 2
Estava feliz, de certa forma algo estava dando certo, o mau-humor de Oliver não me abalaria.
[…]
Quarta-feira chegou, e eu já estava na estrada com Joaquim e Noah, teria que comprar mais
O dia dos pais era no final de semana, então resolvi comprar um quadro e colocar uma foto do
Noah com o pai, daria de presente a Oliver, ele não estava merecendo nada, por ser tão rude, mas o
fato dele ser chato, não influenciaria a pessoa que sou, cheguei na fazenda as quatro da tarde.
A noite, quando Noah dormiu, fui para a cozinha jantar, estava tudo escuro e Denise já tinha ido
embora. Comecei a comer e vi Oliver deitado no sofá. Parecia está dormindo, ao seu lado, havia trés
garrafas de bebidas vazias, e ele segurava um copo na mão, enquanto continuava a comer, notei
que ele não se mexia de modo algum, após terminar, resolvi encostar para ver se ele estava
respirando, já que havia secado todas as garrafas.
–
– Oliver, está tudo bem? – Falei baixo, para que não se assustasse comigo no escuro.
–
Oliver! Falei um pouco mais próximo.
Ele se assustou e abriu um pouco os olhos.
–
– É você? – Fechou os olhos novamente. Me ajuda ir para o quarto.
Como quer que eu o ajude?
Se levantou e passou o braço por meu ombro, me senti desconfortável por está tão próxima assim,
além disso, o cheiro de álcool que exalava era horrível.
Mesmo assim, comecei a andar o ajudando a se apoiar, íamos pelo corredor escuro, quando cheguei próximo à porta de seu quarto a abri, ia soltá-lo ali mesmo. Mas ele me segurou forte pela.
cintura. 1
-Me ajuda ir até à cama. Sua voz saiu como uma ordem.
Mesmo não querendo, eu o fiz, afinal, não sei se ele conseguiria caminhar até lá sozinho, após se
sentar na cama, disse.
– Os sapatos.
Oliver já estava aproveitando demais da minha boa vontade, mas seu estado de embriaguez era tão grande, que de certo modo fiquei com pena, tirei seus sapatos. Espero que se lembre disso amanhã.
– Pronto. Boa noite!
Antes que saísse, ele me puxou para perto de si, foi uma puxada brusca, que fez com que caisse em cima dele, que no mesmo instante me apertou forte deitando-se na cama.
– Fica comigo esta noite. – Falou baixo em meu ouvido. (4)
Sua voz era tão sexy que cheguei a estremecer, mas voltei do meu devaneio instantaneamente.
–
– O qué? Você está louco? Me solta! Confesso que minha voz saiu trêmula.
Fiquei em estado de choque, e sem reação alguma, tentei me soltar, mas sua força era muito maior que a minha, parecia que nem conseguia me mexer.
—
–
-Eu não vou te julgar. Beijou meu pescoço. Não vou jogar nada na sua cara, só quero que você
fique.
– Do que você está falando? Me solta, ou gritarei seu louco! Oliver parecia não falar coisa com
coisa.
–
Só diz que fica, não vai embora de novo não.
Após dizer a última frase, beijou minha boca, com uma força surpreendente.
Sua boca estava quente, e uma de suas mãos me segurava pela nuca, enquanto a outra apertava a minha cintura, por mais que minha mente quisesse sair dali, meu corpo queria ficar, eu não sei o que estava acontecendo, mas retribui o beijo com a mesma intensidade. Após parar o beijo por um segundo, mordeu minha orelha e falou baixinho.
–
Eu ainda te amo Liana! 10