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– Embora, como assim? – Saulo perguntou sem entender nada, parece que Oliver não comentou nossa última conversa com o amigo.
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Eu sou menor de idade, o senhor Oliver me mandou embora.
– Mas você já é quase maior, quanto tempo falta para fazer 18?
– Só dois meses, mas não é isso. Continuava chorando.
E o que é então?
Mesmo que eu complete meus dezoito, não posso ficar aqui, pois não posso trabalhar registrada. Acabei soltando a minha preocupação, que estava matutando na minha cabeça, Sandro descobriria onde estava, ele viria atrás de mim, acabaria com a minha vida ou sabe là o que conseguiria fazer.
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Aurora, você deve algo a justiça? Está fugindo de algo? Saulo perguntou assustado sem
entender.
– Não é isso, deixa quieto, você não entenderia. Nesse momento percebi o qual frágil estava, que quase ia contando a minha história para o Saulo. Me recompus, peguei o copo de água e me
levantei.
– Com licença, preciso ficar com o Noah.
– Espera, só mais uma coisa, o Oliver sabe que você está aqui?
– Claro que não, aquele imbe… Quase ia xingando o homem outra vez na frente do amigo. Bem, ele estava dormindo no sofá, bébado e cheio de garrafas ao redor.
Virei as costas e fui para a sala de observação, onde aquele pequerrucho estava, agora com sua cor normal, dormia lindamente.
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– A temperatura dele está abaixando, logo estará melhor. Disse a enfermeira.
– Ea coleta de sangue, já fizeram?
Ah, sim, o doutor acabou de sair com as amostras.
– O Noah chorou muito?
– Não, ele começou a choramingar e parou, é um rapazinho muito forte e corajoso. – A enfermeira
sorriu.
– Sim, ele é.
Sorri e fiquei ao lado dele, aquele pedacinho de gente precisava de alguém que o protegesse e
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mentindo, não me aceitaria também com as condições de não registrar minha carteira de trabalho.
Meu coração chegou errar a batida naquele momento, eu não conhecia aquele bebê nem há uma semana, e já me apegava a ele de todo meu coração, nem com a Alice me senti desse jeito, parecia haver uma ligação inexplicável entre aquele bebê e eu, me senti por um momento ser a sua mãe, e como mãe, não suportaria viver longe de meu filho,
A noite foi longa e passei ali ao lado dele, mais tarde, Joaquim apareceu e eu pedi que ele fosse até a casa grande buscar o leite e outra roupinha para o Noah, já que não sabia que horas iríamos sair dali, e na pressa e desespero do momento, peguei apenas a bolsa de emergência, que continha uma fralda os documentos e uma pecinha de roupa.
Quando Joaquim chegou, troquei o Noah que já estava bem melhor, o alimentei e o deixei dormir, fiquei do lado dele, até amanhecer.
Pela manhã, o médico que me atendeu a noite havia dado a alta dele, falou o prazo que sairiam os resultados dos exames, e receitou um remédio diferente para intercalar a febre caso aparecesse
outra vez.
Ao sair, Joaquim já me esperava para me levar para casa, Saulo já tinha ido embora desde a madrugada, e o genitor da criança nem sequer tinha dado as caras.
Quando cheguei na casa, havia uma mulher diferente lá, ela estava fazendo faxina na sala, não havia nem sinal de Oliver ou Saulo, fui para o quarto, tomei banho e preparei o banho do bebê.
Estava muito cansada, pois passei a noite toda em alerta, vigiando o Noah, agora iria dormir, esse era o bom de ter recém nascidos em casa é que eles dormem muito, principalmente durante o dia.
Já estava preparada para dormir, coloquei Noah na cama comigo, colei praticamente meu rosto ao dele, estava tão ligada àquele bebé, que meu coração partia em deixá-lo, ainda mais sabendo que o pai era um idiota, e não estava nem ai para o filho.
Comecei a chorar sem saber o que fazer, não podia fazer nada, Oliver já não me queria ali, eu teria que ir embora, mesmo estando cheia de amor para dar para aquele bebê, ele não me deixaria ali,
ainda mais por eu não querer ser registrada futuramente.
Pensando no que faria, iria embora, mas não iria agora, pois Noah ainda estava frágil, e eu estava
morrendo de sono, dormi…
Acordei com um chorinho bem conhecido, alguém estava ficando com fome.
Levantei para fazer a mamadeira, e notei que minha bolsa, que havia guardado minhas coisas não estavam mais onde deixei, abri o armário para tentar encontrá-la, e para a minha surpresa, a bolsa
estava guardada, e todas as minhas roupas que estavam dentro dela, estavam arrumadas no cabide.
Fiquei perplexa com aquilo, mas tinha que fazer a mamadeira de Noah, antes de procurar a
Após dar a mamadeira do comilão, o coloquei no sling e sai para caminhar um pouco, na cozinha, estava a mesma mulher, que quando cheguei estava arrumando a sala.
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– Bom dia! Cumprimentei.
– Bom dia. Respondeu sorridente.
–
–
Por acaso, foi você que arrumou hoje o quarto onde durmo?
Ah, foi, sim, houve algum problema ou reclamação?
Não, é só que eu estava com minha bolsa arrumada, e você acabou guardando tudo de volta no armário.
–
– Ah, é isso?
–
Sorriu Pois é, eu vi mesmo a bolsa lá, e nem ia mexer em nada, mais af, o senhor Oliver entrou no quarto e viu sua bolsa pronta, mandou que eu retirasse tudo de dentro e arrumasse de novo no armário.
Minha cabeça então ficou mais confusa do que já estava, se Oliver viu que iria embora, por que mandou colocar tudo no lugar de novo?
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– Você não gostou não é moça? Que mexi nas suas coisas. Perguntou.
– Ah, não se preocupe com isso, só queria mesmo saber quem tinha arrumado, aliás, meu nome é Aurora e o seu? – Me apresentei.
-Denise. Sou sobrinha da Lúcia que trabalha aqui na casa, mas ela entrou de férias, então eu vim
cobrir ela esse mês.
–
– Muito prazer, Denise.
Denise era jovem, aparentava ter no máximo 25 anos, tinha longos cabelos pretos e bem lisinhos, tinha uma pele morena, aparentava ter descendência de indigenas, o que a fazia ser muito bonita por sinal. 4
– Estou preparando o almoço, hoje o senhor Oliver pediu para preparar uma comida reforçada.
– E onde ele está? Não o vi desde que cheguei
– Ele acordou cedo, tomou café e saiu com o amigo dele.
Para quem estava praticamente morto na cachaça ontem, já estava bem espertinho hoje, deve ser
muito acostumado a beber até morrer e ressuscitar no outro dia.
–
– Por acaso ele perguntou algo sobre o filho dele?
– Para mim mesmo não, mas ele e o Saulo estavam discutindo algo no escritório, sobre você e o
bebê, não que eu estivesse escutando. Se defendeu. – É porque daqui dava para ouvir os gritos
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Ao contrário de Lúcia, Denise parecia ser muito conversadeira, e eu iria me aproveitar daquilo e tiraria toda a informação que pudesse dela,
– Você trabalha aqui há muito tempo, Denise?
– Vai fazer dois anos no dia 18 do próximo mês, mas eu trabalho mesmo é no refeitório, só venho para cá no dia de folga de tia Lúcia.
–
Denise, por acaso você conhece a mãe do Noah? Ela me olhou de canto com os olhos
arregalados, parecendo que eu tinha falado sobre um fantasma.
– Não senhorita. – DesconversOU.
– Nossa Denise, dois anos aqui e você nunca viu ela?
–
Assim, eu já vi de longe, mas como disse, eu trabalho no refeitório e ela não aparecia muito por
lá não.
Onde ela está agora Denise? – Perguntei curiosa,
Olha moça, eu vou falar para você, mais não conta para ninguém que fui eu não! A mãe do
menin… 7
– O almoço já está pronto, Denise?
Oliver apareceu na cozinha de vez, atrapalhando nossa conversa, Denise arregalou os olhos mais ainda, parecia que sua alma tinha saído e ido embora de seu corpo, já que ficou ali paralisada. 29
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